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Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) começou ontem o processo de interdição
de 16 helipontos na cidade de São Paulo. Os proprietários vão receber as
notificações pelo correio.
Na semana que vem, de acordo com a Anac, começam as interdições propriamente
ditas: a pintura de um "X", um sinal para os pilotos de que eles não
podem usar aquele heliponto.
Os locais que estão sendo interditados não conseguiram autorização da prefeitura
para funcionar.
Até o ano passado a cidade tinha 215 helipontos autorizados pela Anac e apenas
85 licenciados pela prefeitura.
A partir de outubro, quando a Câmara Municipal aprovou lei regulamentando o
funcionamento, prefeitura e Anac iniciaram uma espécie de mutirão de
regularização.
Cerca de 40 helipontos tiveram a licença indeferida, segundo a prefeitura
-outros ainda estão em processo de regularização. Os 16 que começaram a ser
notificados ontem estão na lista dos 40.
DESSERVIÇO
Empresas de táxi-aéreo ouvidas pela Folha consideraram o fechamento dos
helipontos um "desserviço". "Já existem poucos helipontos que
atendem a todas as aeronaves", diz Jorge Bitar Neto, diretor geral da
Helimarte.
A empresa faz cerca de 15 voos de helicópteros por dia, a um custo de R$ 800 a
R$ 9.500 a hora voada. Para ele, executivos do Itaim (zona oeste), por exemplo,
terão poucas opções próximas.
"A maioria dos prédios só opera para os próprios condôminos. Se eles não
conseguirem convênios com os prédios do entorno, não vão ter alternativa de
pouso."
URGÊNCIAS
Na empresa, uma parcela significativa dos usuários é de executivos, assim como
na Global Táxi Aéreo, que também faz cerca de 15 voos por dia, a um custo médio
de R$ 2.800 a hora.
As empresas, entretanto, ressaltam que as aeronaves também são muito usadas em
urgências médicas.
Entre os helipontos a serem interditados está o do Hospital Alvorada, em Moema
(zona sul). Procurado, o centro médico disse que não recebeu a notificação e,
por isso, não se pronunciaria.
Folha de São Paulo |